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domingo, 22 de abril de 2012

Lagrimas Negras


Sua governanta tinha deixado aberto os janelões que davam acesso ao grande terraço. O desagradável vento noturno brincava com as cortinas de linho, fazendo com que realizassem uma estranha e repetitiva dança. Além delas, a escuridão do céu, no qual só a lua tinha querido estar presente, parecia olhar com uma expressão de superioridade. Inclusive as estrelas tinham se recusado o acompanhar. No mais profundo do seu ser, até chegava a compreendê-las.




Deixou cair seu corpo rendido sobre o sofá. Não sobraram forças nem ânimo para fazer mais nada que se refugiar em sua tristeza, sua dor e sua vergonha. Já tinha empregado muitas noites enovelando seus miolos, tentando saber se tinha feito o correto. Se dar crédito as palavras de seus mais chegados, no cuidado do resto da manada, tinha sido o melhor. Muitas noites, pensando possíveis caminhos alternativos ao que tomou, e suas correspondentes conseqüências. Muitas noites, repetindo a si mesmo que aquela decisão, que tinha tomado justamente há um ano, tinha sido a melhor para a maioria. Porém em que situação o deixava? Como alfa não tinha podido fazer outra coisa. E naquelas alturas, um ano depois, ainda não era capaz de olhar nos olhos de Erinia.

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