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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Orgulho e Paixao 03

Ela gemeu. Um som baixo e gutural que era mais uma exigência do que uma rendição. Então, suas bocas se uniram, indo do desejo à paixão no instante em que se tocaram.
Alan sabia que a boca de Shelby seria assim, quente e sôfrega. Que o corpo dela se amoldaria ao seu, macio e forte. Teria sido por isso que acordara naquela manhã pensando nela? Teria sido por isso que se vira parado diante da loja dela enquanto a tarde se transformava em noite? Pela primeira vez na vida, achou que as razões não importavam. Estavam ali abraçados, e isso era o bastante.


Os cabelos ruivos exalavam aquele cheiro indefinível do qual se lembrava. Alan mergulhou as mãos nos fios sedosos como se quisesse que a fragrância lhe impregnasse os poros. Isso fez com que o beijo se aprofundasse. Ele sentiu a língua de Shelby tocando a sua, buscando, procurando, até que o gosto dela se transformou em todos os gostos que jamais dese¬jara. As almofadas farfalhavam com sussurros macios, enquan¬to ele a apertava contra o peito.
Shelby não esperava aquele tipo de paixão crua e arrebata¬dora por parte de Alan. Estilo, sim. Estilo e sedução com todos os trâmites tradicionais. A isso poderia ter resistido. Mas não havia como resistir a um desejo que a golpeara tão de repente Como escapar de uma paixão que já a havia capturado? Ela deslizou as mãos pelas costas nuas de Alan e gemeu ao perce¬ber que a carícia o excitou.
Ali estava algo espesso e firme demais para ser moldado. Aquele homem se fizera aparentar como bem quisera. Shelby compreendeu aquilo instintivamente, e sentiu o desejo aumen¬tar. Mas com isso veio a consciência de que estava se tornando muito maleável muito flexível. E, então, veio o medo de que ele pudesse ter conseguido mudá-la com apenas um beijo.
- Alan... - disse, lutando para resistir, enquanto todo o seu corpo clamava pela rendição. -... já basta - conseguiu dizer.
- Ainda não — corrigiu ele, abraçando-a ainda mais forte no momento em que ela deveria ter lutado para escapar.
Ele a estava beijando outra vez, quase a levando a perder o controle da situação.
- Alan. - Ela conseguiu se afastar o suficiente para ver o rosto dele. - Quero que pare. - Sua respiração estava instável, os olhos enevoados, mas a resistência em seu corpo era muito real. Alan sentiu uma pontada de raiva, que controlou habilmen¬te, e uma punhalada de desejo, com a qual foi mais difícil lidar.
- Certo. - Ele a libertou. - Por quê?
Era raro ter que ordenar a si mesma que fizesse algo tão natural quanto relaxar. Mesmo após conseguir, ainda havia uma faixa clara de tensão na base de seu pescoço.
- Você beija muito bem - disse ela, com uma casualidade forçada.
- Para um político?...



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