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domingo, 20 de maio de 2012

Anjo ou Patife 04


Não era uma tarefa fácil, no século XIX, andar nos caminhos da velha Inglaterra rural de Durham até Londres; cinco dias de aventura, de aldeia em aldeia, por bosques fechados e áreas desertas, o viajante sempre pendente de salteadores e da traição que se escondia em lugares inesperados.
E menos fácil devia ser para uma mulher. Embora fosse jovem e se vestisse como um moço; embora soubesse defender-se e fosse ágil como um gamo; embora pelas veias de seu corpo mestiço corresse sangue mohawk e se chamasse Kanawiosta, 'a água que flui'.
E depois da guerra...?



Waterloo ficou para trás; também, as difíceis negociações no continente para restabelecer uma frágil paz. Mas ao lorde Robert Andreville o retorno ao lar de Wolverhampton, à vida dada de presente e ociosa depois dos dias de dor e privações, nada conseguia lhe serenar o ânimo. Sentia falta das aventuras e dos perigos para sossegar a inquietação interior que o atormentava. Possivelmente por essa razão, quando aquela jovem pequena e morena, formosa como uma lua cheia, tropeça com ele no caminho, decide acompanhá-la até Londres, para protegê-la e possivelmente para seduzi-la...
Uma americana em londres
Máxima Collins é o seu nome; soa a rançosa estirpe, a nobreza latifundiária inglesa. Também a chamam de Kanawiosta, entre os mohawks, lá na América. Aqui e lá tem família; a de lá, a que pertenceu sua mãe; a daqui a do seu pai. Ela morreu faz tempo; ele há poucos dias, e em estranhas circunstâncias. Máxima se sente mais só que nunca, rejeitada como nunca. Mas não é essa a única razão da sua fuga: ouviu falar da partilha de uma herança e de que queriam desfazer-se da intrusa. A casa de seu tio, Lorde Collingwood, já não é segura para ela.

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